Moro em Marituba, cidade localizada na Região Metropolitana de Belém, às margens da Rodovia BR-316. Surgiu, como uma pequena vila operária, em função da implantação da estrada de ferro Belém-Bragança. Já o nome da cidade, de origem indígena, surgiu da junção dos vocábulos "Umari" e "Tuba".
Foi elevada à categoria de município em setembro de 1994. Aqui estava a chance de Marituba deixar de ser uma pacata cidade, de grandes e belos igarapés, para rumar ao desenvolvimento. No entanto, hoje, com quase vinte anos de emancipada, a cidade que antes era bela e bucólica, perdeu sua graça, para se tornar palco de crimes, violência, insegurança e políticos desonestos, que lutam avidamente pelo poder. Além disso, não tem saneamento básico e nem políticas públicas para o adequado descarte e tratamento do lixo e, como se isso não bastasse, há fortes indícios de que o velho lixão do Aurá, após seu fechamento, será transferido para cá.
Desde 2010, quando o ex-prefeito da cidade aceitou a construção de um Aterro Sanitário para a Região Metropolitana de Belém aqui em Marituba, essa discussão se arrasta, entretanto em nenhum momento a população foi consultada para saber se queriam ou não a construção desse aterro na cidade, ao contrário, foi surpreendida quando alguns poucos líderes de comunidade foram convidados, pela empresa contratada Revita, a participarem de audiências públicas que discutiria os impactos ambientais dessa construção na região.
Eu, como morador dessa cidade, sou totalmente contrário a isso. Penso que Marituba já possui problemas suficientes para poder receber mais um. Alguns poucos moradores que estão sabendo desse fato, iludem-se em pensar que um empreendimento como esse trará benefícios para o município, como geração de emprego e melhorias para a cidade. É bom lembrar que de promessa a população está cheia!
Quem pensa que Marituba vai ganhar com esse empreendimento não leva em consideração os vários problemas ambientais que a cidade vem sofrendo desde a construção da Alça Viária, que açoreou vários rios e igarapés; não sabe que há fortes indícios de que o Lixão do Aurá tenha contaminado os lençóis freáticos do bairro do Pato Macho e, agora, com esse projeto, que carece de informações importantíssimas, corre o risco de piorar ainda mais essa situação.
Segundo o presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB-PA, José Carlos Lima, a área onde está prevista a construção do aterro é cheia de nascentes e córregos pertencentes à bacia do Uriboca, que a mata vizinha é alagadiça na maré alta, formando um sistema único de fauna e flora ainda preservados, além disso, o projeto não detalha como será feito o tratamento do chorume antes de ser despejado no igarapé que faz parte da bacia hidrográfica do Uriboca. Como se vê, o local escolhido é totalmente inadequado e, além do que já foi exposto, ainda tem o prejuízo que essa construção trará para a flora e a fauna da região.
Outro fator que reforça minha posição é que, legalmente, nenhum aterro sanitário pode ser construído a menos de 20 quilômetros de um aeroporto e, como poucos sabem, o local previsto para a construção situa-se em Área de Segurança Aeroportuária e da base aérea da capital paraense, colocando em risco a atividade aérea pelo potencial do empreendimento de atrair aves.
Como se não bastasse tudo isso, o projeto carece de informações sobre o arranjo econômico: ninguém sabe ao certo se a construção desse aterro terá viabilidade econômica, e mais: quem pagará a conta e quem lucrará? É importante a população entender quem realmente irá ganhar, quem está por trás de tudo isso e com que interesses. Com certeza não é só porque ama Marituba.
Por isso, volto a afirmar "não queremos um lixão para contaminar nossas vidas", já vivemos em uma situação precária, com péssima qualidade de vida. De maneira nenhuma esse empreendimento vai ser bom para a cidade. Precisamos defender, antes de tudo, o meio ambiente e preservar nossas poucas riquezas naturais. Marituba não quer mais lixo, quer qualidade de vida e sua dignidade de volta.
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Texto escrito em 2014 pelo aluno Wilcles Souza e orientado por mim, profa. Silene Faro, para concorrer nas Olimpíadas dde Língua Portuguesa do referido ano, na categoria artigo de opinião. Este texto venceu as etapas: escolar, municipal, estadual, regional, chegando finalmente à semifinal e final. Não venceu a etapa final, mas ficou entre os melhores do Brasil.
O que é mais importante aqui é destacar que o atual problema do Lixo na grande Belém, principalmente, da instalação do "aterro sanitário" em Marituba foi o tema deste artigo, que na época, já antecipávamos os problemas que viriam caso se efetivasse essa instalação. Infelizmente, os problemas citados pelo aluno estão aí pra todo mundo ver: contaminação do ar, do solo, do meio ambiente de forma geral e, no meio disso tudo, a população insatisfeita.
Se na época em que o texto foi publicado, as autoridades e a população tivessem se manifestado contrários a esse absurdo, quem sabe não teríamos hoje um outro cenário.
"Não queremos um lixão para contaminar nossas vidas", já vivemos em uma situação precária, com péssima qualidade de vida. De maneira nenhuma esse empreendimento vai ser bom para a cidade. Precisamos defender, antes de tudo, o meio ambiente e preservar nossas poucas riquezas naturais. Marituba não quer mais lixo, quer qualidade de vida e sua dignidade de volta."
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Texto escrito em 2014 pelo aluno Wilcles Souza e orientado por mim, profa. Silene Faro, para concorrer nas Olimpíadas dde Língua Portuguesa do referido ano, na categoria artigo de opinião. Este texto venceu as etapas: escolar, municipal, estadual, regional, chegando finalmente à semifinal e final. Não venceu a etapa final, mas ficou entre os melhores do Brasil.
O que é mais importante aqui é destacar que o atual problema do Lixo na grande Belém, principalmente, da instalação do "aterro sanitário" em Marituba foi o tema deste artigo, que na época, já antecipávamos os problemas que viriam caso se efetivasse essa instalação. Infelizmente, os problemas citados pelo aluno estão aí pra todo mundo ver: contaminação do ar, do solo, do meio ambiente de forma geral e, no meio disso tudo, a população insatisfeita.
Se na época em que o texto foi publicado, as autoridades e a população tivessem se manifestado contrários a esse absurdo, quem sabe não teríamos hoje um outro cenário.
"Não queremos um lixão para contaminar nossas vidas", já vivemos em uma situação precária, com péssima qualidade de vida. De maneira nenhuma esse empreendimento vai ser bom para a cidade. Precisamos defender, antes de tudo, o meio ambiente e preservar nossas poucas riquezas naturais. Marituba não quer mais lixo, quer qualidade de vida e sua dignidade de volta."
Postado pela profa. silene Faro