8 de mar. de 2017

Lixo ou benefício: acorda Marituba!

Moro em Marituba, cidade localizada na Região Metropolitana de Belém, às margens da Rodovia BR-316. Surgiu, como uma pequena vila operária, em função da implantação da estrada de ferro Belém-Bragança. Já o nome da cidade, de origem indígena, surgiu da junção dos vocábulos "Umari" e "Tuba".
Foi elevada à categoria de município em setembro de 1994. Aqui estava a chance de Marituba deixar de ser uma pacata cidade, de grandes e belos igarapés, para rumar ao desenvolvimento. No entanto, hoje, com quase vinte anos de emancipada, a cidade que antes era bela e bucólica, perdeu sua graça, para se tornar palco de crimes, violência, insegurança e políticos desonestos, que lutam avidamente pelo poder. Além disso, não tem saneamento básico e nem políticas públicas para o adequado descarte e tratamento do lixo e, como se isso não bastasse, há fortes indícios de que o velho lixão do Aurá, após seu fechamento, será transferido para cá.
Desde 2010, quando o ex-prefeito da cidade aceitou a construção de um Aterro Sanitário para a Região Metropolitana de Belém aqui em Marituba, essa discussão se arrasta, entretanto em nenhum momento a população foi consultada para saber se queriam ou não a construção desse aterro na cidade, ao contrário, foi surpreendida quando alguns poucos líderes de comunidade foram convidados, pela empresa contratada Revita, a participarem de audiências públicas que discutiria os impactos ambientais dessa construção na região.
Eu, como morador dessa cidade, sou totalmente contrário a isso. Penso que Marituba já possui problemas suficientes para poder receber mais um. Alguns poucos moradores que estão sabendo desse fato, iludem-se em pensar que um empreendimento como esse trará benefícios para o município, como geração de emprego e melhorias para a cidade. É bom lembrar que de promessa a população está cheia!
Quem pensa que Marituba vai ganhar com esse empreendimento não leva em consideração os vários problemas ambientais que a cidade vem sofrendo desde a construção da Alça Viária, que açoreou vários rios e igarapés; não sabe que há fortes indícios de que o Lixão do Aurá tenha contaminado os lençóis freáticos do bairro do Pato Macho e, agora, com esse projeto, que carece de informações importantíssimas, corre o risco de piorar ainda mais essa situação.
Segundo o presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB-PA, José Carlos Lima, a área onde está prevista a construção do aterro é cheia de nascentes e córregos pertencentes à bacia do Uriboca, que a mata vizinha é alagadiça na maré alta, formando um sistema único de fauna e flora ainda preservados, além disso, o projeto não detalha como será feito o tratamento do chorume antes de ser despejado no igarapé que faz parte da bacia hidrográfica do Uriboca. Como se vê, o local escolhido é totalmente inadequado e, além do que já foi exposto, ainda tem o prejuízo que essa construção trará para a flora e a fauna da região.
Outro fator que reforça minha posição é que, legalmente, nenhum aterro sanitário pode ser construído a menos de 20 quilômetros de um aeroporto e, como poucos sabem, o local previsto para a construção situa-se em Área de Segurança Aeroportuária e da base aérea da capital paraense, colocando em risco a atividade aérea pelo potencial do empreendimento de atrair aves.
Como se não bastasse tudo isso, o projeto carece de informações sobre o arranjo econômico: ninguém sabe ao certo se a construção desse aterro terá viabilidade econômica, e mais: quem pagará a conta e quem lucrará? É importante a população entender quem realmente irá ganhar, quem está por trás de tudo isso e com que interesses. Com certeza não é só porque ama Marituba.
Por isso, volto a afirmar "não queremos um lixão para contaminar nossas vidas", já vivemos em uma situação precária, com péssima qualidade de vida. De maneira nenhuma esse empreendimento vai ser bom para a cidade. Precisamos defender, antes de tudo, o meio ambiente e preservar nossas poucas riquezas naturais. Marituba não quer mais lixo, quer qualidade de vida e sua dignidade de volta. 
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Texto escrito em 2014 pelo aluno Wilcles Souza e orientado por mim, profa. Silene Faro, para concorrer nas Olimpíadas dde Língua Portuguesa do referido ano, na categoria artigo de opinião. Este texto venceu as etapas: escolar, municipal, estadual, regional, chegando finalmente à semifinal e final. Não venceu a etapa final, mas ficou entre os melhores do Brasil.
O que é mais importante aqui é destacar que o atual problema do Lixo na grande Belém, principalmente, da instalação do "aterro sanitário" em Marituba foi o tema deste artigo, que na época, já antecipávamos os problemas que viriam caso se efetivasse essa instalação. Infelizmente, os problemas citados pelo aluno estão aí pra todo mundo ver: contaminação do ar, do solo, do meio ambiente de forma geral e, no meio disso tudo, a população insatisfeita.
Se na época em que o texto foi publicado, as autoridades e a população tivessem se manifestado contrários a esse absurdo, quem sabe não teríamos hoje um outro cenário.
"Não queremos um lixão para contaminar nossas vidas", já vivemos em uma situação precária, com péssima qualidade de vida. De maneira nenhuma esse empreendimento vai ser bom para a cidade. Precisamos defender, antes de tudo, o meio ambiente e preservar nossas poucas riquezas naturais. Marituba não quer mais lixo, quer qualidade de vida e sua dignidade de volta." 

Postado pela profa. silene Faro

6 de out. de 2016

Dissertação-argumetativa no Enem

1. Conceito: o texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na defesa de um ponto de vista (tese) sobre determinado assunto com o uso de argumentos. Dissertar é tomar uma posição, ou seja, posicionar-se diante de um tema.

2. Objetivo: a tese do texto dissertativo é fundamentada com explicações e argumentos, com o objetivo de influenciar leitor, tentando convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de explicações para justificá-la. Seu objetivo é, em última análise, convencer ou tentar convencer o leitor mediante a apresentação de razões, em face da evidência de provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente.
Sendo assim, o domínio do tema é fundamental para um bom discurso. Para isso, é imprescindível que o candidato leia bastante. Deve estar atualizado com o que acontece no mundo, no seu país, no seu estado. Leia jornais, revistas, assista noticiários, busque informações. Nenhuma técnica de redação será suficiente se você não dominar o tema em pauta. Essa é a primeira dica.

3. Argumentação e tese: a sua redação atenderá às exigências de elaboração de um texto dissertativo-argumentativo se combinar dois princípios de estruturação: apresentação de uma tese e utilização de estratégias argumentativas para expor o problema discutido no texto e detalhar os argumentos utilizados.
I – Tese: é a ideia que você vai defender no texto. Ela deve estar relacionada ao tema e deve estar apoiada em argumentos ao longo da redação.

II - Argumento: é a justificativa utilizada por você para convencer o leitor a concordar com a tese defendida. O argumento serve para justificar e validar a tese.

III - Estratégias argumentativas: são recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor:
ü Exemplificação;
ü Dados e provas concretas (estatísticas, pesquisas, fatos históricos e acontecimentos notórios);
ü Argumentos de autoridade (citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto);
ü Comparações de fatos, situações, épocas, lugares, etc;
ü Causa e consequência

4. Estrutura da dissertação
1. Introdução: constitui o parágrafo inicial do texto. Deve conter a informação do que será argumentado e discutido no desenvolvimento, ou seja, na introdução, geralmente, é exposta a tese (ponto de vista) sobre o tema e os argumentos que serão discutidos no desenvolvimento. O Importante é que na introdução deve-se expor o problema e chamar a atenção do leitor. Não deve ser muito longa para não desmotivar a leitura. Utilize apenas um parágrafo. (em média 5 ou 6 linhas)

2. Desenvolvimento: é a parte mais importante do texto. É nele que você tem a oportunidade de defender o ponto de vista (tese) colocado na introdução através argumentos e estratégias argumentativas. Cada ideia deve ser discutida em um parágrafo diferente. É PROIBIDO MISTURAR IDEIAS EM UM MESMO PARÁGRAFO! (O desenvolvimento deve conter dois ou. (em média 6 a 8 linhas cada)

3. Conclusão: É aqui que você irá propor a solução. A conclusão será bem avaliada se o candidato fizer uma reafirmação de sua tese e apresentar uma proposta de intervenção e, em seguida, fazer um comentário final fechando a dissertação. (apenas um parágrafo)

RESUMINDO:


            A prova de redação exigirá a produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Os aspectos a serem avaliados relacionam-se às “competências” que devem ter sido desenvolvidas durante os anos de escolaridade.Na redação, você deverá defender uma tese, uma opinião a respeito do tema, proposto, apoiada em argumentos consistentes estruturados de forma coerente e coesa, de modo a formar uma unidade textual. Seu texto deverá ser redigido de acordo com a modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. Por fim, você deverá elaborar uma proposta de intervenção social para o problema apresentado no desenvolvimento do texto que respeite os direitos humanos.
Postado pela Profa. Silene Faro

27 de dez. de 2014

Edmundo Queiroz na Final das Olimpíadas de Língua Portuguesa 2014


O aluno Wilcles de Souza Freitas ficou entre os 38 alunos finalistas das Olimpíadas de Língua Portuguesa, na categoria Artigo de Opinião. Para escrever seu texto, "Lixo ou benefício? Acorda, Marituba!" contou com o apoio e orientação da professora de Língua Portuguesa, Silene Faro, que se inscreveu na OLP - 2014.
Para chegar a esta fase das olimpíadas, a professora trabalhou com os alunos o gênero "artigo" desde o mês de maio com duas turmas do Ensino Médio, uma do 2º ano e outra de 3º.
Depois de muitas leituras, pesquisas, escritas e reescritas, o texto do aluno Wilcles de Souza foi selecionado pela comissão escolar para a etapa municipal e, logo em seguida, para a etapa estadual. E para nossa alegria foi um dos semifinalistas.
 

A semifinal da OLP-2014 foi em Brasília, onde os semifinalistas, aluno e professor, participaram de oficinas, palestras, debates, passeios culturais e da cerimônia de premiação. 
Além da viagem e hospedagem, os semifinalistas ganharam medalha de bronze, medalha de prata, livros e um tablet.

 

Durante a cerimônia, a ansiedade para saber quem seriam os grandes finalistas foi grande. A emoção foi demais quando os nomes dos finalistas foram divulgados e o nome do aluno, Wilcles de Souza, e sua professora, Silene Faro, foi chamado.    


  


  Os finalistas viajaram novamente a Brasília no dia 16/12/2014, dessa vez, além do aluno e do professor, levaram também a diretora da escola, Sônia Rodrigues, e a mãe do aluno, Maria de Souza.






Entre os finalistas estava também as paraenses, de Vitória do Xingu, a professora Ivanete paixão e sua aluna Bárbara. Dos 38 finalistas na categoria, apenas cinco levaram a medalha de ouro: dois cearenses, um mineiro, um baiano e uma alagoano. Ficar entre os 38 melhores textos foi uma grande vitória, afinal, foram quase cinco milhões de textos!


Logo abaixo está o texto que levou o aluno Wilcles de Souza Freitas à final das Olimpíadas de Língua Portuguesa 2014.

Lixo ou Benefício? Acorda, Marituba!

Moro em Marituba, cidade localizada na Região Metropolitana de Belém, às margens da Rodovia BR-316. Surgiu, como uma pequena vila operária, em função da implantação da estrada de ferro Belém-Bragança. Já o nome da cidade, de origem indígena, surgiu da junção dos vocábulos "Umari" e "Tuba".
Foi elevada à categoria de município em setembro de 1994. Aqui estava a chance de Marituba deixar de ser uma pacata cidade, de grandes e belos igarapés, para rumar ao desenvolvimento. No entanto, hoje, com quase vinte anos de emancipada, a cidade que antes era bela e bucólica, perdeu sua graça, para se tornar palco de crimes, violência, insegurança e políticos desonestos, que lutam avidamente pelo poder. Além disso, não tem saneamento básico e nem políticas públicas para o adequado descarte e tratamento do lixo e, como se isso não bastasse, há fortes indícios de que o velho lixão do Aurá, após seu fechamento, será transferido para cá.
Desde 2010, quando o ex-prefeito da cidade aceitou a construção de um Aterro Sanitário para a Região Metropolitana de Belém aqui em Marituba, essa discussão se arrasta, entretanto em nenhum momento a população foi consultada para saber se queriam ou não a construção desse aterro na cidade, ao contrário, foi surpreendida quando alguns poucos líderes de comunidade foram convidados, pela empresa contratada Revita, a participarem de audiências públicas que discutiria os impactos ambientais dessa construção na região.
Eu, como morador dessa cidade, sou totalmente contrário a isso. Penso que Marituba já possui problemas suficientes para poder receber mais um. Alguns poucos moradores que estão sabendo desse fato, iludem-se em pensar que um empreendimento como esse trará benefícios para o município, como geração de emprego e melhorias para a cidade. É bom lembrar que de promessa a população está cheia!
Quem pensa que Marituba vai ganhar com esse empreendimento não leva em consideração os vários problemas ambientais que a cidade vem sofrendo desde a construção da Alça Viária, que açoreou vários rios e igarapés; não sabe que há fortes indícios de que o Lixão do Aurá tenha contaminado os lençóis freáticos do bairro do Pato Macho e, agora, com esse projeto, que carece de informações importantíssimas, corre o risco de piorar ainda mais essa situação.
Segundo o presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB-PA, José Carlos Lima, a área onde está prevista a construção do aterro é cheia de nascentes e córregos pertencentes à bacia do Uriboca, que a mata vizinha é alagadiça na maré alta, formando um sistema único de fauna e flora ainda preservados, além disso, o projeto não detalha como será feito o tratamento do chorume antes de ser despejado no igarapé que faz parte da bacia hidrográfica do Uriboca. Como se vê, o local escolhido é totalmente inadequado e, além do que já foi exposto, ainda tem o prejuízo que essa construção trará para a flora e a fauna da região.
Outro fator que reforça minha posição é que, legalmente, nenhum aterro sanitário pode ser construído a menos de 20 quilômetros de um aeroporto e, como poucos sabem, o local previsto para a construção situa-se em Área de Segurança Aeroportuária e da base aérea da capital paraense, colocando em risco a atividade aérea pelo potencial do empreendimento de atrair aves.
Como se não bastasse tudo isso, o projeto carece de informações sobre o arranjo econômico: ninguém sabe ao certo se a construção desse aterro terá viabilidade econômica, e mais: quem pagará a conta e quem lucrará? É importante a população entender quem realmente irá ganhar, quem está por trás de tudo isso e com que interesses. Com certeza não é só porque ama Marituba.
Por isso, volto a afirmar "não queremos um lixão para contaminar nossas vidas", já vivemos em uma situação precária, com péssima qualidade de vida. De maneira nenhuma esse empreendimento vai ser bom para a cidade. Precisamos defender, antes de tudo, o meio ambiente e preservar nossas poucas riquezas naturais. Marituba não quer mais lixo, quer qualidade de vida e sua dignidade de volta. 
Postado pela profa. silene Faro

Como fazer um projeto dar certo

Objetivos do blog

Interação e divulgação dos eventos e das atividades da comunidade escolar são nossos objetivos.